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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Biógrafo de Lampião Afirma Que o Rei do Cangaço Não Foi Assassinado em Sergipe

Biógrafo de Lampião Afirma Que o Rei do Cangaço Não Foi Assassinado em Sergipe


Maria Bonita e Lampião, casal que habita o imaginário popular coletivo
Por Menezes y Morais *
O fotografo, técnico em contabilidade e escritor José Geraldo Aguiar promete revolucionar a história do cangaço brasileiro, no que diz respeito a Lampião, o Rei do Cangaço.
Com 50 anos (ele nasceu em 16 de outubro de 1949), José Geraldo Aguiar passou 17 anos pesquisando a vida de Lampião – que ele diz ter conhecido no interior de Minas Gerais – e publicou Lampião o Invencível – Duas Vidas, Duas Mortes, o outro lado da moeda (Thesarus, 2009).
O objetivo do livro, diz ele, é “provar” que  Virgulino Ferreira da Silva não foi morto pela Polícia na localidade de Angicos, município de Poço Redondo (SE), na madrugada de 28 de julho de 1938, ao lado de 11 companheiros, incluindo a lendária Maria Bonita.
O livro de JGA certamente promoverá uma reviravolta na biografia de Lampião, que nasceu em 7 de julho de 1897, no sítio Ingazeira e foi criado em Vila Bela, atual Serra Talhada (PE), sendo transformado um dos mais conhecidos cangaceiros brasileiros, cantado em prosa e verso, com inúmeras biografias e cinebiografias.
Na redação da Nós – Fora dos Eixos, José Geraldo Aguiar falou sobre o seu livro, no qual agradece a Deus pela “dádiva de anunciar a sobrevida de Lampião.” Antes de lê-lo, eu não acreditava em sua versão. Em História não existe talvez nem “achismo”, inexistentes no relato do novo biógrafo do Rei do Cangaço. Daí, dou crédito à  sua versão.
Nós – Fora dos Eixos: Há tempos alguns jornais noticiaram que você estava fazendo escrevendo uma outra história de Lampião, que entrou para o imaginário popular brasileiro como “O Rei do Cangaço”. O que isto significa?

Lampião está à esquerda de Maria Bonita
José Geraldo Aguiar: Trata-se da verdadeira história de Lampião. O meu livro é totalmente diferente das histórias que já escreveram sobre Lampião.
NFE: O que ele tem de novo para acrescentar às dezenas de títulos que já foram publicados sobre o tema, no Brasil e no exterior, inclusive na Literatura de Cordel?
JGA: Em relação à morte, estou contradizendo tudo que se escreveu: Lampião morreu no Estado de Minas, no noroeste de MG, no dia 3 de agosto de 1993, aos 96 anos de idade, de acordo com a certidão de nascimento dele, que consta no livro. O que se diz em contrário foi uma farsa.
NFE: Você está contradizendo tudo o que se escreveu sobre Lampião. Tem como provar isso?


Conforme José Geraldo Aguiar, Lampião teria escapado do cerco policial em Sergipe e morrido de morte natural no interior de Minas Gerais. Foto de uma das cinebiografias.
JGA: Tenho. Eu convivo com Lampião, um homem muito caridoso, durante cinco meses. Mesmo na época do cangaço, ele era caridoso. Ele relatou pra mim os fatos. Eu me senti na obrigação de não me acovardar. Senti-me na obrigação de transmitir para o mundo essa mega-descoberta.
NFE: Saiba que este repórter é incrédulo sobre o que você está afirmando, que Lampião não foi morto em Angico (SE), ao lado da companheira, Maria Bonita, e que não teve a cabeça cortada e exposta ao público, ao lado de Maria Bonita…
JGA: Pois saiba que essa versão não corresponde à verdade dos fatos com relação à morte de Lampião.
NFE; Como, quando e onde, então, Lampião morreu?
JGA: Eu já disse, Lampião morreu de morte natural no dia 3 de agosto de 1993. E Maria Bonita no dia 3 de agosto de 1978. Eu provo isso no meu livro.

Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, é considerado um gênio no que fez. Além do título de Rei do Cangaço, era poeta, compositor - criou o Xaxado, uma variante do Baião - e costureiro. (Nota da Redação).
NFE: Se você fala a verdade, a história muda, com relação a Lampião. Você diz que conheceu Lampião, vivendo com outro nome…
JGA; No dia 28 de julho de 1938, no município de Poço Redondo, no estado de Sergipe, no Nordeste brasileiro – eu conto isso no meu livro – houve a impostura do tenente João Bezerra, com sua volante. O tenente Bezerra anunciou o fim do cangaço independente, dizendo ter dado cabo ao rei e rainha do cangaço, mais nove aliados. Foi uma mentira que entrou para a história do cangaço. Eu, José Geraldo Aguiar, após 54 anos, descobri Lampião vivo, no dia 15 de fevereiro de 1992, na cidade de São Francisco, no Norte de Minas Gerais, na República Federativa do Brasil.
NFE: E você o conheceu…






Lampião e Maria Bonita, um casal cantado em prosa, verso e nas telas do cinema.



JGA: Eu conheci Lampião e fiz uma história investigativa, viajei em grande parte do Brasil pesquisando para montar o livro. Principalmente em Minas Gerais, foi principalmente por onde ele entrou, em Itacarambi – município que foi destaque no noticiário, sofreu um terremoto em 2008 – que à época era um povoado e hoje está emancipado, com o nome de São João das Missões.
NFE: Que Lampião, mais uma vez, tenha escapado do cerco da Polícia é factível. Mas que você o tenha conhecido, é preciso provas.Você o encontrou mesmo no interior de Minas Gerais?
JGA: Sim. Além de Itacarambi, Lampião esteve também em outras localidades mineiras. Na cidade do lado oposto do rio, Matias Cardoso Januária, depois esteve em três povoados: Tejuco, Brejo do Amparo e São Joaquim, todos povoados pertencentes ao município de Januária.
Voltando ele atravessou o rio São Francisco – tudo nas margens do São Francisco, as citadas – para o lado direito, estando no povoado de Pedra de Maria da Cruz, isso em 1945.Depois de Pedra…ele foi até Jaíba e depois Burarama, hoje Capitão Enéas. Fui conversando com pessoas. Ouvindo depoimentos de pessoas idosas e idôneas, fui escolhendo o que achei mais correto, que poderia mostrar mais credibilidade.

O canganço antecedeu Lampião. Ele aderiu ao "banditismo social" para vingar a morte do pai. E virou uma lenda viva no Nordeste brasileiro.

NFE: Você diz, no seu livro, que entrevistou 46 testemunhas que também viram Lampião vivo…
JGA: Dizem as Sagradas Escrituras – Marcos, 1V, 22-23 – que “nada há de oculto que não deva ser descoberto.” Lampião fez um trajeto para despistar a Polícia. Aí foi quando ele voltou, indo para o município de São Francisco – ele foi, não tinha ido ainda – posteriormente foi à cidade de Arinos, passou por Urucuia, depois cidade de Arinos, Unaí e finalmente Buritis, onde faleceu.
NFE: Como foi o seu contato com ele?
JGA: O contato com ele foi interessante, eu conversando com um amigo em 1991, me falou de uma determinada pessoa, no município de São Francisco, que havia conhecido em 1963, que ele tinha quase certeza que aquele homem era Lampião. A partir daquela noite eu já passei em pensar em pesquisar e descobrir o verdadeiro homem. Em fevereiro de 92 me deparei com ele e realmente pude chegar à conclusão que ele era realmente o verdadeiro Lampião.
NFE: Ele confessou a verdadeira identidade?
JGA: Ele declarou pra mim e pras pessoas. A comunidade não se tocou quem era realmente Lampião, Eu o fotografei, fiz o mesmo com Maria Bonita. Eu era o único fotografo da cidade. Época do preto e branco. As fotos estão no livro. São inéditas. Estão no livro.
NFE: Você tinha consciência de que o fato de encontrar Lampião e Maria Bonita vivos mudaria os rumos da história?
JGA: Quando eu descobri a história, registrei os meus direitos autorais, no Rio de Janeiro, no Ministério da Cultura, que funciona no Rio Janeiro.
NFE: O que Lampião lhe disse para provar que ele era ele mesmo?
JGA: No episódio de Angico tinha quatro grupos de Lampião que não estavam lá. Ele dividiu o bando em subgrupos, onde, num deles, estava um casal de ex-cangaceiros que eu entrevistei: Moreno e Durvinha (ela faleceu em 26/6/2008).
NFE: Mais uma vez ele enganou a Polícia…
JGA: Lampião foi um homem muito inteligente.
NFE: Agora que você documentou tudo em livro, reafirmando o que havia declarado à imprensa, o que espera?

Os cangaceiros de Lampião despertavam amor e ódio por onde passavam.
JGA: Com essas revelações eu espero mudar a história da realidade do cangaço brasileiro. Eu não criei, me deparei com essa situação e achei por bem escrever e mostrar para o mundo.
NFE: O seu livro é polêmico.
JGA: Eu tenho consciência disso. É polêmico. Essa incógnita começou por lá e eu vim desvendar o mistério. Por quê? Quando se deu aquele problema a dita morte em Angico, as dúvidas começaram ali naquele dia, dos presentes 35 homens e cinco mulheres, apenas 11 foram mortos, nunca se explicou se foram a tiros ou envenenamento. Essa dúvida tem na história. Agora, porque o João Bezerra (tenente, consta que foi o matador de Lampião), mas na própria história é sabido que (citou) dizia que o tem. João bezerra, entre os colegas,. Era visto como Lampião. Era visto com Lampião, quando dizia também que já tinha morto. Na decapitação desses cadáveres só quatro dias depois essas cabeças, em estado de decomposição, chegaram à presença do público, dentro de uma lata com sal grosso e vinagre, transporta pela Polícia Militar. Aquela cabeça que eles diziam ser de Lampião foi entregue em primeiro lugar a um dentista chamado Arnaldo Siqueira e ele passou para outro dentista, José Lages Filho, que fez uma autopsia dessa cabeça, mas ele também não afirma que aquela cabeça era de Lampião. Seria ele um grande mentiroso se tivesse afirmado.
NFE: Como você se sente, esclarecendo esse fato, que altera os rumos da história do banditismo social no Brasil?
JGA: Sinto-me muito bem.  Com o meu livro, o passado se torna presente ao povo do futuro.  Demonstro a bravura e grandeza de um intrépido brasileiro do passado. Só através da história a sociedade poderá ter a exatidão de sua própria história.
NFE: Em História, mais cedo ou mais tarde a verdade aparece.
JGA: Lampião não serviu ao Exércíto, ninguém tinha dados sobre ele, como é que alguém poderia afirmar? Eu creio que o meu livro vai causar grande repercussão a nível nacional e pode até ultrapassar as fronteiras brasileiras. Existem escritores que escreveram sobre Lampião em Portugal, França, Espanha, Estados Unidos da América, Inglaterra…
NFE: Com quantos anos você conhece Lampião e quantos anos você tem hoje?
JGA: Quando descobri estava com 47 anos e hoje estou com 59 (em 16 de outubro de 2009). Esse tempo todo, 17 anos e seis meses, trabalhei na pesquisa. Vou lançar meu livro no Ceará, Brasília, Minas Gerais e onde mais houver oportunidade.
NFE: Você tem alguns objetos que pertenceram a Lampião?
JGA: Tenho. Tive acesso também à identidade, certidão de nascimento, ele usou 13 anos em MG para permanecer na clandestinidade. Tive acesso a vários objetos de Lampião. Ele estava com 41 anos de idade. Fugiu do cerco da Polícia de Sergipe com apoio de Padre Cícero e outras pessoas. Eu tive essa dádiva de encontrá-lo.
NFE: E Maria Bonita?


Capa (de Michelle Cunha) do livro de José Geraldo Aguiar: no alto, Lampião durante o cangaço. E na velhice, pacato cidadão vivendo no interior de Minas Gerais. Acervo do Autor.
JGA: Lampião teve várias mulheres. Quando eu o conheci ele estava vivendo com outra. Eu não sou o único que fala que ele morreu de morte natural, em Minas Gerais. Vários escritores já disseram que ele não morreu em Angico, eu não sou o primeiro, só que eu tive  dádiva de encontrá-lo. Fui o último amigo e confidente, estava com a história toda, só que ele me pediu para não divulgar nada enquanto ele estivesse vivo.
* Menezes y Morais, jornalista,
professor, escritor, historiador
e editor da Nós – Fora dos Eixos.
* José Geraldo Aguiar é fotografo e escritor.
Livro: Lampião o Invencível – Duas Vidas, Duas Mortes
– o outro lado da moeda.
Thesaurus Editora. www.thesaurus.com.br



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